domingo, 3 de agosto de 2014

Encontro da Família da Mata 2014

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A todos os participantes obrigado pela Vida partilhada, pelo abraço de gerações, pela alegria cantarolada!!!
Bem haja.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, Público

Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no
Público, 2010-06-21

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas
esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo
epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da
Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No
último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença
psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas
perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com
impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência,
urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das
crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens
infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos
dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos
os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na
escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos
terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade
de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural
que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos,
criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze
anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100
casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo
das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres
humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas
sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém
maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa,
deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos
ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de
alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez
mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família.
Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença
prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e
produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de
três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a
casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma
mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão
cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três
anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de
desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho
presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela
falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição
da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual,
tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar
que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês,
enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à
actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e
complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de
escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando
já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com
responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos
números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de
pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um
mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de
um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência
neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o
estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se
há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma
inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso
Médico psiquiatra

domingo, 31 de julho de 2011

2011 Encontro da Família - Sta Quitéria





Mais um dia de festa com a presença de todos os que puderam estar neste encontro convívio da Família da Mata.

Custódio e Ana são o ponto de encontro de gerações: filhos, netos, bisnetos e ... muita Vida que sorriu e continua a sorrir fruto destas duas pessoas que à beira rio viveram.

O Vouga é este lar embrionário que fez brotar a cor brilhante de tantos de nós que vivemos agora abraçados por todo o mundo.

Dos presentes e ausentes destacamos uma presença forte do Brasil, que há muito não pôde marcar o seu amigo olhar e, que este ano, saltou à corda, passeou nas andas e com as carretas de antigamente, viajando connosco este belo Dia.

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Educar - Criancinha

A DEVIDA COMÉDIA

Miguel Carvalho

Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo

Criancinhas

A criancinha quer Playstation. A gente dá.

A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.

A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.

A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.

A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.

A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.

A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.

Desperta.

É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.

A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.

A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.

A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».

Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal.

Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».

A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».

Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha?

Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.

Artigo publicado na revista VISÂO online

sábado, 31 de julho de 2010

A Obesidade Mental - Andrew Oitke

A Obesidade Mental - Andrew Oitke

O prof. Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.«Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada.Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.»Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas.Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema.Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»O problema central está na família e na escola.«Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate.Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas.Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina, romance,violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.»Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado "Os Abutres", afirma:«O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas.A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.»O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante.«Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.» Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.
«O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades.Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy.Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve.Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê.Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é umcateto».As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.«Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência.A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia.Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam.É só uma questão de obesidade.O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos.O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos.Precisa sobretudo de dieta mental.»
Por João César das Neves - 26 de Fev 2010

Encontro da Família da Mata 2010

...e a festa Começou




terça-feira, 20 de julho de 2010

sábado, 25 de julho de 2009

Encontro 2009







Família

A família pode ser uma de nossas maiores fontes de felicidade. Nenhum amor é tão profundo, nenhuma alegria tão plena quanto aquela que pode existir dentro do círculo familiar. A família pode ajudar-nos a receber o melhor que a vida tem a oferecer. Na família, é possível também sentir a mais profunda tristeza. As famílias podem vacilar, e até mesmo falhar. Contudo, é possível ser feliz em família, mesmo quando passamos por tristezas. Assim como com todas as outras coisas de valor, o relacionamento familiar dá trabalho, mas vale a pena; porque a família foi feita para ficar junta para sempre e para dar-nos alegria.


Oração da Família
Senhor, nós Vos louvamos; pela nossa família e agradecemos a Vossa presença em nosso lar. Iluminai-nos para que sejamos capazes de assumir o nosso compromisso de fé na Igreja e de participar da vida da nossa comunidade. Ensinai-nos a viver a Vossa palavra e o Vosso mandamento de Amor, a exemplo da FAMÍLIA DE NAZARÉ. Concedei-nos a capacidade de compreendermos as nossas diferenças de idade, de sexo, de carácter, para nos ajudarmos mutuamente, perdoarmos os nossos erros e vivermos em harmonia. Dai-nos, Senhor, saúde, trabalho e um lar onde possamos viver felizes. Ensinai-nos a partilhar o que temos com os mais necessitados e empobrecidos, e dai-nos a graça de aceitar com fé e serenidade a doença e a morte quando se aproximem da nossa família. Ajudai-nos a respeitar e incentivar a vocação dos nossos filhos quando os quiserdes chamar ao Vosso serviço. Que na nossa família reine a confiança, a fidelidade, o respeito mútuo, para que o amor se fortifique e nos una cada vez mais. Permanecei na nossa família, Senhor, e abençoai o nosso lar hoje e sempre.

Ementa

Entradas:
Churrasco e azeitonas
Prato principal:
Carne assada (vitela ou porco), salada e pão
Bebidas:
Vinhos, água, sumos
A louça, talheres e sobremesa, como é tradição, cada um traz...
Preço:
crianças até 10 anos não pagam ...
Adultos: 8,00€

Organizadores

Abel, Alberto e Júlio

segunda-feira, 16 de junho de 2008

A DEVIDA COMÉDIA

A DEVIDA COMÉDIA
Miguel Carvalho

Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo


Criancinhas
A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.
A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.
Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.
A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».
Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal.
Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».
A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».
Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha?
Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos
congressos e debates para nos entretermos.
Artigo publicado na revista VISÂO online

domingo, 1 de junho de 2008

Aproxima-se o nosso Encontro 2008

Brevemente mais notícias...


Estamos todos convidados
dia 26 de Julho....

domingo, 29 de julho de 2007

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Galeria de Fotografia - Encontros da Família

Encontro Família da Mata

2007 Paradela do Vouga


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sábado, 28 de julho de 2007

Maus pais – Mafalda Belmonte - eMail

[...], através do meu filho mais novo, veio parar-me ás mãos um texto distribuído às crianças do ATL que ele frequenta. Confesso que costumo ler os diversos papéis que me mandam das diversas escolas dos meus filhos, na diagonal, mas, curiosamente, a este, li-o de fio a pavio.
Como não vinha assinado, não tenho maneira de pedir autorização ao autor para o publicar, mas parece-me que o que importa a quem o escreveu é que chegue ao maior número de pais possível.
Vale a pena lê-lo:

Deus Abençoe os pais maus!
Um dia quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva um pai, eu hei-de dizer-lhes:
-Amei-vos o suficiente para ter insistido para que juntassem o vosso dinheiro e comprassem uma bicicleta, mesmo que eu tivesse possibilidades da a compra.
-Amei-vos o suficiente para ter ficado em pé junto de vós, duas horas, enquanto limpavam o vosso quarto, trabalho que eu teria realizado em quinze minutos.
-Amei-vos o suficiente para vos obrigar a pagar a pastilha que "tiraram" da mercearia e dizer ao dono: eu roubei isto ontem e hoje queria pagar.
-Amei-vos o suficiente para ter ficado em silêncio, para vos deixar descobrir que o vosso amigo não era boa companhia.
-Amei-vos o suficiente para vos deixar assumir as responsabilidades das vossas acções, mesmo quando as penalizações eram tão duras que me partiam o coração.
-Amei-vos o suficiente para vos perguntar: onde vão, com quem vão e a que horas regressam a casa.
-Amei-vos o suficiente para vos deixar ver fúria, desapontamento e lágrimas nos meus olhos.
-Mas acima de tudo, eu amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO, quando sabia que me iriam odiar por isso.
Estou contente. Venci, porque no final vocês também venceram. E qualquer dia, quando os vossos filhos forem suficientemente crescidos para entenderem a lógica que motiva os pais, vocês irão dizer-lhe, quando eles vos perguntarem, se os vossos pais eram maus, que sim, que éramos piores pais do mundo, porque:
-Enquanto os outros miúdos comiam doces ao pequeno-almoço, nós tínhamos de comer cereais, tostas e ovos.
-Os outros miúdos bebiam Pepsis ao almoço e comiam batatas fritas, enquanto que nós tínhamos de comer sopa, prato e fruta. E, não vão acreditar, os nossos pais obrigavam-nos a jantar a mesa, o que era bem diferente dos outros pais.
-Os nossos pais insistiram em saber onde nós estávamos a todas as horas, era quase uma prisão. Tinham que saber quem eram os nossos amigos e o que fazíamos com eles.
-Insistiam em que lhes disséssemos que íamos sair mesmo que demorasse-mos uma só hora, ou menos.
-Nos tínhamos vergonha de admitir, mas eles violaram uma data de leis do trabalho infantil: nos tínhamos que fazer as camas, lavar a loiça, aprender a cozinhar, aspirar o chão, engomar a nossa roupa, ir despejar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis. Eu acho que eles nem dormiam a pensar em mais coisas para nos mandar fazer.
-Eles insistam connosco para lhes dizermos a verdade, apenas toda a verdade, sempre a verdade.
-Na altura da nossa adolescência, eles conseguiam ler os nossos pensamentos o que tornava a vida mesmo chata.
-Os nossos pais não deixavam os nossos amigos buzinarem para nós descer-mos. Tinham de subir, bater á porta para eles os conhecerem.
-E quando toda a gente podia sair com doze ou treze anos, nós tivemos que esperar pelos dezasseis.
-Por causa dos nossos pais, nós perdemos experiências fundamentais da adolescência, nenhum de nós esteve alguma vez envolvido em actos de vandalismo, em roubos, violações de propriedades, nem foi preso por algum crime.
Foi tudo por causa deles.
Agora já saímos de casa, somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "maus pais" tal como os nossos pais o foram.
Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: já não suficientes maus pais.